Análise 07 - Grande Sertão: Veredas
O romance Grande Sertão: Veredas é uma obra modernista que se destaca, entre outras coisas, pela ausência de capítulos.
A narrativa, longa e labiríntica por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se desenrola toda a história. Também são narradas duas grandes guerras.
O romance Grande Sertão: Veredas é uma obra pertencente ao Modernismo e que se destaca, entre outras coisas, pela ausência de capítulos.
Por meio de uma linguagem regionalista e com foco narrativo em primeira pessoa, Riobaldo, personagem principal, conta sua história, suas lutas, suas dúvidas e seu amor reprimido por Diadorim.
A narrativa, longa e labiríntica por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se desenrola toda a história. Também são narradas duas grandes guerras. Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa faz uma recriação da linguagem. O falar mineiro associado a arcaísmos, brasileirismos e neologismos faz com que o autor extrapole os limites geográficos de Minas. As falas de Riobaldo também são marcadas barney por aforismos: “Vingar, digo ao senhor: é lamber, frio, o que o outro cozinhou quente demais.”; “Sertão é o sozinho.”; “Paciência de velho tem muito valor.” etc.
O tempo é psicológico, sendo a narrativa irregular e não linear e havendo muitos casos acrescidos ao longo do livro.
A trama ocorre no Sertão mineiro (Norte), no Sul da Bahia e em Goiás. No entanto, por se tratar de uma narrativa densa, o Sertão ganha um caráter universal.
A linguagem escancara o cenário mítico do sertão marginalizado, em que a economia agrária está em declínio e a rusticidade predomina. Os costumes sertanejos e a paisagem são mostrados como uma unidade; o Sertão é, na verdade, reflexo do mundo, cheia de mistérios e revelações em torno da vida. A imagem do sertão é, na verdade, a imagem do mundo, e o sertanejo não é simplesmente o ser humano rústico que povoa essa grande região do Brasil – ele é o próprio cidadão do mundo, com problemas de ordem universal e eterna.
O texto carrega em si conflitos internos de qualquer ser humano, encarnados em Riobaldo: o conflito entre o homem e seu destino; a luta entre o bem e o mal; Deus e o diabo; morte e vida; e amores enrustidos.
Por meio de uma linguagem regionalista e com foco narrativo em primeira pessoa, Riobaldo, personagem principal, conta sua história, suas lutas, suas dúvidas e seu amor reprimido por Diadorim.
A narrativa, longa e labiríntica por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se desenrola toda a história. Também são narradas duas grandes guerras. Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa faz uma recriação da linguagem. O falar mineiro associado a arcaísmos, brasileirismos e neologismos faz com que o autor extrapole os limites geográficos de Minas. As falas de Riobaldo também são marcadas barney por aforismos: “Vingar, digo ao senhor: é lamber, frio, o que o outro cozinhou quente demais.”; “Sertão é o sozinho.”; “Paciência de velho tem muito valor.” etc.
O tempo é psicológico, sendo a narrativa irregular e não linear e havendo muitos casos acrescidos ao longo do livro.
A trama ocorre no Sertão mineiro (Norte), no Sul da Bahia e em Goiás. No entanto, por se tratar de uma narrativa densa, o Sertão ganha um caráter universal.
A linguagem escancara o cenário mítico do sertão marginalizado, em que a economia agrária está em declínio e a rusticidade predomina. Os costumes sertanejos e a paisagem são mostrados como uma unidade; o Sertão é, na verdade, reflexo do mundo, cheia de mistérios e revelações em torno da vida. A imagem do sertão é, na verdade, a imagem do mundo, e o sertanejo não é simplesmente o ser humano rústico que povoa essa grande região do Brasil – ele é o próprio cidadão do mundo, com problemas de ordem universal e eterna.
O texto carrega em si conflitos internos de qualquer ser humano, encarnados em Riobaldo: o conflito entre o homem e seu destino; a luta entre o bem e o mal; Deus e o diabo; morte e vida; e amores enrustidos.
Enredo
A primeira parte do romance traz as inquietações filosóficas de Riobaldo em um relato desconexo dos fatos:
Também são apresentados os principais temas do romance: o povo; o sertão; o sistema jagunço; Deus e o Diabo; e Diadorim.
Dando sequência ao livro, o personagem passa a organizar suas memórias. Fala da mãe e, pela primeira vez, fala do garoto Reinaldo, com quem se encontra à beira do “Velho Chico” e com quem atravessa o rio São Francisco. Riobaldo fica fascinado com a coragem de Reinaldo, que afirma: “sou diferente (...) meu pai disse que eu careço de ser diferente (...).”
Pouco tempo depois de a mãe morrer Riobaldo é mandado para a fazenda de seu padrinho, Selorico Mendes, que, por sua vez, o manda estudar com Mestre Lucas. Após descobrir que era filho legítimo de seu padrinho, Riobaldo parte sem destino até que reencontra Reinaldo – este, por sua vez, o convida para se tornar jagunço do bando de Joca Ramiro e revela que seu verdadeiro nome é Diadorim. A afeição de ambos se torna intensa.
Riobaldo começa a se inquietar, pois percebe que seu afeto por Diadorim vai muito além da simples amizade. Depois de dois meses, o bando recebe a notícia da morte de Joca Ramiro, assassinado à traição por aliados. Ao saber do fato, Diadorim desmaia. Riobaldo tenta lhe abrir o jaleco de couro, mas ele volta a si repentinamente e o repele de forma violenta.
A primeira parte do romance traz as inquietações filosóficas de Riobaldo em um relato desconexo dos fatos:
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Também são apresentados os principais temas do romance: o povo; o sertão; o sistema jagunço; Deus e o Diabo; e Diadorim.
Dando sequência ao livro, o personagem passa a organizar suas memórias. Fala da mãe e, pela primeira vez, fala do garoto Reinaldo, com quem se encontra à beira do “Velho Chico” e com quem atravessa o rio São Francisco. Riobaldo fica fascinado com a coragem de Reinaldo, que afirma: “sou diferente (...) meu pai disse que eu careço de ser diferente (...).”
Pouco tempo depois de a mãe morrer Riobaldo é mandado para a fazenda de seu padrinho, Selorico Mendes, que, por sua vez, o manda estudar com Mestre Lucas. Após descobrir que era filho legítimo de seu padrinho, Riobaldo parte sem destino até que reencontra Reinaldo – este, por sua vez, o convida para se tornar jagunço do bando de Joca Ramiro e revela que seu verdadeiro nome é Diadorim. A afeição de ambos se torna intensa.
Riobaldo começa a se inquietar, pois percebe que seu afeto por Diadorim vai muito além da simples amizade. Depois de dois meses, o bando recebe a notícia da morte de Joca Ramiro, assassinado à traição por aliados. Ao saber do fato, Diadorim desmaia. Riobaldo tenta lhe abrir o jaleco de couro, mas ele volta a si repentinamente e o repele de forma violenta.
O pacto com o Diabo
O ponto principal da hístória é retratado pelo pacto entre Riobaldo e o Diabo: Riobaldo acaba assumindo a chefia do bando com o nome de "Urutu-Branco" e firma compromisso de casamento com Otacília, moça que conhece na fazenda Santa Catarina. Nesta ocasião, Diadorim chega a ameaçá-lo com um punhal por ciúmes.
Mais adiante, atravessam o Liso do Sussuarão e chegam a terras baianas, atacando a fazenda de Hermógenes e aprisionando sua mulher. Retornam aos sertões de Minas, à procura dos “judas”. Em uma luta sangrenta, Diadorim enfrenta diretamente Hermógenes, ocasionando a morte de ambos. Riobaldo descobre, então, que Diadorim era na verdade Maria Deodorina da Fé Bittancourt Marins, filha de Joca Ramiro.
Por fim, o epílogo: Riobaldo retoma o fio da narração do início, contando seu casamento com Otacília e como herdou as fazendas do padrinho. Ele termina sua narrativa com a palavra “travessia”, que é seguida pelo símbolo do infinito.
O ponto principal da hístória é retratado pelo pacto entre Riobaldo e o Diabo: Riobaldo acaba assumindo a chefia do bando com o nome de "Urutu-Branco" e firma compromisso de casamento com Otacília, moça que conhece na fazenda Santa Catarina. Nesta ocasião, Diadorim chega a ameaçá-lo com um punhal por ciúmes.
Mais adiante, atravessam o Liso do Sussuarão e chegam a terras baianas, atacando a fazenda de Hermógenes e aprisionando sua mulher. Retornam aos sertões de Minas, à procura dos “judas”. Em uma luta sangrenta, Diadorim enfrenta diretamente Hermógenes, ocasionando a morte de ambos. Riobaldo descobre, então, que Diadorim era na verdade Maria Deodorina da Fé Bittancourt Marins, filha de Joca Ramiro.
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Por fim, o epílogo: Riobaldo retoma o fio da narração do início, contando seu casamento com Otacília e como herdou as fazendas do padrinho. Ele termina sua narrativa com a palavra “travessia”, que é seguida pelo símbolo do infinito.
Personagens
Riobaldo: personagem-narrador que conta sua estória a um doutor que nunca aparece. Relata sua infância, a breve carreira de professor de Zé Bebelo, e sua entrada no cangaço (de jagunço Tatarana a chefe Urutu-Branco), estabelecendo-se às margens do São Francisco como um pacato fazendeiro.
Diadorim: é o jagunço Reinaldo, integrante do bando de Joca Ramiro. Esconde sua identidade real (Maria Deodorina), descoberta ao final do romance, com sua morte.
Zé Bebelo: personalidade com anseios políticos que acaba por formar bando de jagunços para combater Joca Ramiro. Sai perdedor, sendo exilado para Goiás, e acaba por retornar com a morte do grande chefe para vingar o seu assassinato.
Joca Ramiro: é o maior chefe dos jagunços.
Medeiro Vaz: chefe de jagunços que se une aos homens de Joca Ramiro para lutar contra Hermógenes e Ricardão após a morte do chefe.
Hermógenes e Ricardão: são os traidores, sendo chamados de "judas", que acabam por matar Joca Ramiro. Muitos jagunços acreditavam que Hermógenes havia feito o pacto com o Diabo.
Sô Candelário: outro chefe que ajuda na vingança. Possuía grande temor de contrair lepra.
Quelemém de Góis: compadre e confidente de Riobaldo, que o ajuda em suas dúvidas e inquietações sobre o homem e o mundo.
Os amores de Riobaldo
Nhorinhá: prostituta, representa o amor físico.
Otacília: é a pessoa a quem Riobaldo destina seu amor verdadeiro (sentimental). Recebe a pedra de topázio de "seô Habão", simbolizando o noivado.
Diadorim: representa o amor impossível, proibido. Ao mesmo tempo em que se mostra bastante sensível com uma bela paisagem, é capaz de matar a sangue frio. É o objeto de de desejo e repulsa de Riobaldo.
Riobaldo: personagem-narrador que conta sua estória a um doutor que nunca aparece. Relata sua infância, a breve carreira de professor de Zé Bebelo, e sua entrada no cangaço (de jagunço Tatarana a chefe Urutu-Branco), estabelecendo-se às margens do São Francisco como um pacato fazendeiro.
Diadorim: é o jagunço Reinaldo, integrante do bando de Joca Ramiro. Esconde sua identidade real (Maria Deodorina), descoberta ao final do romance, com sua morte.
Zé Bebelo: personalidade com anseios políticos que acaba por formar bando de jagunços para combater Joca Ramiro. Sai perdedor, sendo exilado para Goiás, e acaba por retornar com a morte do grande chefe para vingar o seu assassinato.
Joca Ramiro: é o maior chefe dos jagunços.
Medeiro Vaz: chefe de jagunços que se une aos homens de Joca Ramiro para lutar contra Hermógenes e Ricardão após a morte do chefe.
Hermógenes e Ricardão: são os traidores, sendo chamados de "judas", que acabam por matar Joca Ramiro. Muitos jagunços acreditavam que Hermógenes havia feito o pacto com o Diabo.
Sô Candelário: outro chefe que ajuda na vingança. Possuía grande temor de contrair lepra.
Quelemém de Góis: compadre e confidente de Riobaldo, que o ajuda em suas dúvidas e inquietações sobre o homem e o mundo.
Os amores de Riobaldo
Nhorinhá: prostituta, representa o amor físico.
Otacília: é a pessoa a quem Riobaldo destina seu amor verdadeiro (sentimental). Recebe a pedra de topázio de "seô Habão", simbolizando o noivado.
Diadorim: representa o amor impossível, proibido. Ao mesmo tempo em que se mostra bastante sensível com uma bela paisagem, é capaz de matar a sangue frio. É o objeto de de desejo e repulsa de Riobaldo.
Vida e obra de Guimarães Rosa |
Grande renovador da prosa de ficção, João Guimarães Rosa marcou profundamente a literatura brasileira.
Combinando o erudito com o arcaico e com as expressões populares, apresentou ao leitor quase um novo idioma para contar as histórias do povo sertanejo.
O lançamento de Grande Sertão: Veredas causou grande impacto no cenário literário brasileiro. O livro tornou-se um sucesso comercial e recebeu três prêmios nacionais: o Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, em 1961; o Prêmio Carmem Dolores Barbosa, de São Paulo, em 1957; e o Prêmio Paula Brito, do Rio de Janeiro. A publicação fez com que Guimarães Rosa encabeçasse a lista dos melhores romancistas da Terceira Geração Modernista, composta também por Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto.
Saiba mais sobre a vida do autor. Visite também o Museu Casa Guimarães Rosa. |
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