segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Você sabe o que o seu filho come na escola?


Para tentar coibir obesidade infantil, Senado aprova projeto de lei que veta alimentos gordurosos nas escolas


 


Crédito: Instagram Jamie OliverJamie Oliver

Não é preciso ser nutricionista, médico nem qualquer outro tipo de especialista para perceber que há no Brasil uma epidemia de obesidade infantil. Basta andar na rua e observar a quantidade de crianças gordinhas. O incrível documentário "Muito Além do Peso" ajudou a jogar na nossa cara essa que é uma verdade pra lá de inconveniente. 

E é claro que esse não é um problema só do pai e da mãe da criança que sofre com o sobrepeso. É responsabilidade também da escola, do governo e da sociedade como um todo. 

Diante de tudo isso, o governo brasileiro finalmente resolveu se mexer. Na semana passada o Senado aprovou um projeto de lei que proíbe a venda de alimentos gordurosos e nada saudáveis em cantinas escolares de todo o país. 

A decisão ainda precisa ser aprovada pela Câmara e sancionada pela presidente. Mas, claro, já é um primeiro passo. Especialmente porque é uma lei que, se entrar em vigor, leva em conta punições sérias.
Sob pena de receberem multa ou não terem o alvará renovado, os estabelecimentos estão proibidos de comercializar nas cantinas ou de colocar nas merendas: bebidas de baixo teor nutricional e alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gorduras saturadas, gorduras trans ou sódio. 

Tenho fé que essa lei vai sair do papel e entrar em vigor. Acho que pode ser o empurrão necessário para que as escolas passem a se preocupar mais com que os alunos comem. Caso contrário, se essa for uma batalha apenas dos pais, eles certamente vão sair derrotados. 

Um bom exemplo disso é um caso citado no "Muito Além do Peso", em que a mãe dizia que seguia orientações médicas e procurava enviar uma lancheira saudável pro filho dela. No entanto, chegando na escola, o menino trocava o lanche com os colegas - e sempre conseguia salgadinhos. A mãe - coberta de razão - reclamava que apesar de ter avisado as professoras dos problemas que o filho tinha (decorrentes do sobrepeso), ninguém fazia nada. Ou seja, a escola fechava os olhos. 

Fora esse caso, outro exemplo me veio à mente quando fiquei sabendo da aprovação do Senado. Lembrei que não é apenas no Brasil que o governo precisa de um empurrão para se responsabilizar pela boa alimentação das crianças.

Na Inglaterra, o chef-estrela Jamie Oliver fez um verdadeiro auê com seus programas, mostrando a qualidade baixíssima da merenda que era servida em muitas escolas do país. Mais do que isso, mostrou como as crianças estavam tomando aquela refeição como referência e com isso criando um péssimo hábito alimentar, sem qualquer noção de como comer de uma maneira saudável. 

Em uma cena clássica, ele perguntava às crianças os que elas preferiam: um prato com frango grelhado ou nuggets. Absolutamente todas elas respondiam nuggets, claro. E então, ele mostrou como os nuggets eram feitos, com peles, cartilagens e outras sobras da galinha moídas e misturadas. Tudo isso frito com muita gordura! 

Com essa "terapia de choque", ele arrancou muitos "aaaarghhh, que nojo!" da molecadinha. No dia seguinte, todas estavam comento, felizes da vida, o prato com frango e legumes. Além do mais, com a popularidade de seus programas, ele conseguiu pressionar o governo para que destinasse mais verbas para melhorar as merendas escolares. 

Como é com o seu filho? O que ele leva na lancheira ou compra na cantina para comer na escola?   

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